O que é política cambial?

A política cambial define como o Banco Central atua para regular o valor da moeda nacional frente a moedas estrangeiras, como o dólar. No Brasil, adota-se um regime de câmbio flutuante com intervenções, no qual a cotação é livre, mas o Banco Central pode intervir quando julgar necessário. Durante essas intervenções, os swaps cambiais são frequentemente utilizados como instrumento adicional. Portanto, compreender a política cambial e swaps cambiais é fundamental para entender o cenário econômico. O nome dado a esse regime é de “câmbio flutuante sujo”.

Esse tipo de política busca, sobretudo, estabilizar o mercado, conter pressões inflacionárias e preservar a competitividade externa do país.

Quando o real se desvaloriza, o dólar fica mais caro, o que favorece exportações e encarece importações. Já quando o real se valoriza, o efeito se inverte, favorecendo as importações.

Entenda o conceito de ativos e passivos cambiais

A lógica do mercado cambial pode ser resumida da seguinte forma:

• Exportadores são ativos em dólar, ou seja, ganham com a alta do dólar e desvalorização do real, são chamados ainda de ofertantes de moeda estrangeira.
• Importadores são passivos em dólar, ganham quando o real se valoriza em relação ao dólar e são chamados de demandantes de moeda estrangeira.
• Um investidor com dívida em dólar teme a desvalorização do real, já que precisará de mais reais para comprar a mesma quantidade de dólares e quitar a dívida.
• Nesse caso, ele é ativo em real e passivo em dólar.

Para se proteger (fazer hedge), esse investidor precisa adotar uma posição contrária, tornando-se passivo em real e ativo em dólar. Política cambial e swaps cambiais tornam-se relevantes quando se busca proteger o investimento. Isso pode ser feito, por exemplo, comprando contratos a termo de dólar ou uma opção de compra de dólar.

Como os swaps cambiais atuam no Brasil

Os swaps cambiais são os instrumentos mais utilizados pelo Banco Central para influenciar o mercado de câmbio. Um swap tradicional envolve a troca de rentabilidade entre dois ativos: de um lado, a variação do dólar; do outro, a taxa de juros (geralmente o CDI).

Quando o BC oferece swaps cambiais vendendo dólares no mercado futuro, ele ajuda a conter a alta da moeda estrangeira, sem mexer nas reservas internacionais.

Essa estratégia é especialmente útil em momentos de instabilidade, pois:

• Reduz a pressão compradora no mercado à vista;
• Proporciona proteção (hedge) para empresas com exposição cambial;
• Ajuda a conter efeitos inflacionários provocados pela alta do dólar. Ao discutir política cambial e swaps cambiais, percebe-se a importância dessas medidas para o controle econômico.

Diferença entre taxa de câmbio nominal e real

A taxa de câmbio nominal representa o valor direto entre duas moedas (ex: R$ 5,00 por US$ 1,00).

Já a taxa de câmbio real ajusta esse valor pela inflação interna e externa. Por isso, mesmo com uma desvalorização nominal do real, o país pode acabar mais caro para o exterior se sua inflação for muito maior do que a dos parceiros comerciais.

📌 Exemplo prático:
Se um carro custa R$ 15.000 no Brasil e US$ 12.000 nos EUA, com câmbio nominal de R$ 1,00, a taxa real será 0,8 — o carro americano está 20% mais barato. Se o câmbio for para R$ 1,25, a taxa real se iguala a 1,00, o que significa que os preços se equilibraram, e houve uma desvalorização real do real.

Por que esse tema cai em provas?

Tanto em certificações financeiras (como CEA, CGA e CFG) quanto em concursos públicos da área bancária, como Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica (CEF) e Banco do Nordeste (BNB), os temas de câmbio e derivativos aparecem com frequência. Afinal, eles envolvem raciocínio lógico, entendimento macroeconômico e noções fundamentais de gestão de risco, incluindo política cambial e swaps cambiais.

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