Mercado de Derivativos, o que é e como funciona na prática?

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Foto: Capriata Cursos / Direitos Reservados

O mercado de derivativos é um dos pilares mais sofisticados do sistema financeiro. Ele permite proteção contra riscos (hedge), especulação e alavancagem por meio de instrumentos cujo valor deriva de um ativo principal — como ações, moedas, taxas de juros ou commodities.

Neste texto, vamos mergulhar nos quatro principais tipos de derivativos: opções, futuros, swap e termo, abordando suas características, tributações e aplicações práticas.


Mercado de Opções:

As opções são contratos que fazem parte do mercado de derivativos que concedem ao comprador o direito, mas não a obrigação, de comprar (call) ou vender (put) um ativo por um preço previamente acordado, dentro de um prazo determinado.

Principais características:

  • Envolvem um prêmio (preço pago pela opção).
  • Utilizadas para hedge (proteção) ou especulação.
  • São negociadas na B3, e padronizadas.

Exemplo prático:

Imagine que você acredita na alta das ações da Petrobras (PETR4). Você compra uma call PETR4 a R$ 1,20 com strike a R$ 30 e vencimento em 30 dias. Se a ação subir para R$ 35, você pode exercer a opção, comprando a R$ 30 e vendendo a R$ 35, lucrando R$ 5 – R$ 1,20 = R$ 3,80 por ação.

Tributação:

  • Lucros com opções são tributados em 15% para pessoas físicas.
  • A apuração é mensal e o pagamento via DARF.
  • o responsável pelo recolhimento é o próprio investidor.
  • Não há isenção como no caso de ações com vendas abaixo de R$ 20 mil/mês.

Mercado Futuro:

O contrato futuro é um contrato que faz parte do mercado de derivativo que obriga comprador e vendedor a negociar um ativo em data futura, com preço fixado hoje, sendo liquidados diariamente pela variação de mercado.

Principais características:

  • Negociação em bolsa (B3).
  • Possuem ajuste diário de posição (chamado de mark-to-market).
  • São padronizados e oferecem alta liquidez.
  • Exigem margem de garantia.
  • Risco de contraparte é da B3.

Exemplo prático:

Um produtor rural teme queda no preço da soja. Por conta disso ele vende contratos futuros de soja na B3 a R$ 150 por saca – o que não significa que ele entregará a soja na bolsa, uma vez que a grande parte dos contratos são liquidados financeiramente. Dessa forma, se o preço cair para R$ 140, ele perde na safra real, mas ganha no contrato futuro — compensando o prejuízo.

Tributação:

  • Tributados como renda variável:
    • 15% sobre o lucro líquido;
    • 20% em operações day trade.

Mercado de Swap

O swap é um contrato – que também faz parte do mercado de derivativos – em que duas partes trocam entre si fluxos financeiros com base em indexadores diferentes, sem trocar o principal.

Principais características:

  • registrados e liquidados pela CETIP na B3.
  • É um contrato de balcão.
  • Liquidação ocorre em D+1.
  • Pode ser prefixado x pós-fixado, dólar x CDI, etc.
  • Muito usado por empresas para hedge de taxa de juros ou câmbio.

Exemplo prático:

Uma empresa brasileira captou dívida atrelada ao dólar, mas deseja pagar em CDI. Por esta razão ela resolve fazer um swap de dólar x CDI com um banco. Se o dólar disparar, a empresa paga mais no contrato original, mas recebe proporcionalmente no swap — neutralizando o impacto. Nesse exemplo a empresa que antes estava passiva em dólar, passa a ficar ativa em dólar e passiva em CDI.

Tributação:

  • O lucro tributado conforme tabela regressiva do IR de renda fixa (22,5% até 15% dependendo do prazo).
  • O imposto de renda é retido pela pessoa jurídica que efetuar o pagamento.
  • Não há compensação de perdas.

Mercado a Termo:

O contrato a termo é uma negociação direta entre duas partes, onde se compromete a compra ou venda de um ativo em data futura, com preço definido hoje.

Principais características:

  • Não é padronizado como o contrato futuro.
  • Pode ser liquidado por entrega física ou financeira.
  • Muito usado com ações e câmbio.
  • Prazo mínimo de 16 e máximo de 999 dias corridos.
  • Não há custo para se fechar esse acordo.
  • Há possibilidade de liquidação antecipada.

Exemplo prático:

Você deseja comprar ações da Vale, mas só terá dinheiro no mês seguinte. Firma um contrato a termo para comprar 1.000 ações VALE3 a R$ 65 daqui a 30 dias. Se a ação subir para R$ 70, você garante o lucro sem ter comprado agora.

Tributação:

  • Tratado como renda variável.
  • Lucro tributado em 15% e IRRF = 0,005%.
  • Permite compensação de prejuízos.

Conclusão: por que entender derivativos é essencial?

Dominar o mercado de derivativos é essencial para qualquer investidor ou profissional do mercado financeiro. Seja para proteção de carteira, alavancagem de resultados ou operações estruturadas, esses instrumentos fazem parte do dia a dia de bancos, fundos, empresas e pessoas físicas.

Na Capriata Cursos, ensinamos você a entender e aplicar essas ferramentas com clareza e segurança, preparando nossos alunos para certificações como CEA, CGA e CPA-20, onde esse tema cai com força.

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