Moeda e Política Monetária: o que você precisa entender
A importância da política monetária na economia
A política monetária é a principal ferramenta dos Bancos Centrais para controlar a inflação, estimular ou frear a atividade econômica e garantir a estabilidade do sistema financeiro. No Brasil, essa função cabe ao Banco Central (BCB), que regula a quantidade de moeda em circulação, influencia as taxas de juros e administra o crédito disponível na economia. Moeda e Política monetária são conceitos fundamentais para entender essas ações.
Afinal, quando há dinheiro demais circulando, os preços tendem a subir; quando há escassez de liquidez, a economia tende a desacelerar. Por isso, entender como funciona a moeda e a política monetária é essencial tanto para quem estuda para certificações financeiras quanto para quem investe ou atua no mercado.
Como funciona a política monetária convencional?
A política monetária convencional utiliza três mecanismos principais: open market, depósito compulsório e redesconto bancário. Vamos entender como cada um deles funciona — com exemplos práticos.
1. Open Market:
O Open Market, ou operações de mercado aberto, consiste na compra e venda de títulos públicos federais por parte do Banco Central.
📌 Exemplo prático:
Em momentos de alta inflação, o Banco Central vende títulos públicos. Os bancos compram esses títulos e, com isso, há menos dinheiro disponível para empréstimos e consumo, o que ajuda a conter os preços. Foi o que aconteceu em 2022, quando a inflação no Brasil passou de 10% ao ano. Para conter esse avanço, o Banco Central aumentou a taxa Selic e intensificou a venda de títulos, reduzindo a liquidez no mercado.
Por outro lado, quando a economia precisa de estímulos, o Banco Central compra títulos, injetando dinheiro no sistema financeiro. Isso incentiva o crédito, o consumo e o investimento.
2. Depósito Compulsório: freando ou acelerando o crédito
O depósito compulsório é a porcentagem dos recursos que os bancos precisam manter obrigatoriamente no Banco Central, sem poder utilizar para concessão de crédito.
📌 Exemplo prático:
Imagine que o compulsório seja de 20%. Isso significa que, a cada R$ 100 que um banco recebe em depósitos, R$ 20 ficam retidos no BC. Em 2020, durante o auge da pandemia, o Banco Central reduziu o percentual do compulsório para liberar bilhões de reais no sistema bancário. Isso facilitou o acesso a crédito para empresas e consumidores, num momento em que a economia precisava de apoio.
Portanto, ao aumentar o compulsório, o BC reduz a capacidade dos bancos de emprestar. Ao reduzir, amplia a oferta de crédito na economia.
3. Redesconto Bancário: apoio em momentos de crise
O redesconto bancário é uma linha de crédito emergencial oferecida pelo Banco Central às instituições financeiras que enfrentam dificuldades momentâneas de liquidez.
📌 Exemplo prático:
Durante a crise financeira de 2008, diversos bancos ao redor do mundo ficaram sem liquidez. Embora o Brasil tenha sofrido menos, o BC manteve ativa sua linha de redesconto para garantir que, se algum banco precisasse de recursos urgentes para honrar saques ou pagamentos, pudesse recorrer a essa ferramenta. Isso aumenta a confiança no sistema bancário e evita o efeito dominó de falências.
A Taxa Selic e as operações compromissadas
A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Ela influencia diretamente todas as demais taxas — como as de crédito, financiamento, aplicações em renda fixa e até o câmbio.
📌 Exemplo prático:
Quando o Copom aumenta a Selic, os empréstimos ficam mais caros. Isso desestimula o consumo, reduz a inflação e atrai investimentos estrangeiros. Em contrapartida, quando a Selic cai, o crédito fica mais acessível e o consumo tende a subir, o que pode aquecer a economia.
Além disso, o Banco Central realiza operações compromissadas para manter a Selic próxima da meta. Nessas operações, ele compra ou vende títulos públicos com o compromisso de reversão futura. É uma forma de ajustar a liquidez de curtíssimo prazo, sem alterar permanentemente o estoque de dinheiro.
📌 Exemplo prático:
Se há excesso de dinheiro no sistema e a Selic real está abaixo da meta, o BC vende títulos com compromisso de recompra em poucos dias. Isso retira dinheiro de circulação e ajusta a taxa de juros para mais próximo da meta.
Política Monetária Não Convencional: quantitative easing (QE)
Quando a política convencional não é suficiente — como em recessões profundas — os bancos centrais recorrem a estratégias não convencionais. O principal exemplo é o Quantitative Easing (QE), muito utilizado nos Estados Unidos e Europa após a crise de 2008.
Nesse modelo, o banco central compra grandes volumes de ativos financeiros, como títulos de longo prazo ou até ativos privados, para injetar liquidez de forma mais profunda na economia.
📌 Exemplo prático:
Entre 2008 e 2014, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) comprou trilhões de dólares em títulos do Tesouro e ativos hipotecários. Essa ação manteve os juros baixos por um período prolongado e incentivou o consumo e o investimento, ajudando a economia americana a se recuperar da crise.
Embora o Brasil ainda não tenha adotado o QE de forma ampla, em 2020 o Congresso aprovou uma emenda constitucional que permite ao Banco Central comprar títulos do setor privado em momentos de grave crise — um sinal de que, se necessário, o país pode recorrer a medidas não convencionais.
Conclusão: política monetária na prática
Dominar os conceitos de moeda e política monetária é essencial para quem atua no mercado financeiro, presta concursos bancários ou se prepara para certificações como a CPA-10, CPA-20 e CEA. Na Capriata Cursos, você aprende com profundidade e clareza cada um desses temas, com foco total no que realmente cai nas provas e no que é aplicado no dia a dia do sistema financeiro.
Além disso, entender a lógica das decisões do Banco Central ajuda você a antecipar movimentos do mercado, ajustar investimentos e tomar decisões mais estratégicas para sua vida financeira.
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